Agora é preparar a luta para derrotar a Reforma da Previdência
Numa votação simbólica, os milhares de manifestantes que se reuniram no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, neste 1º de Maio, aprovaram a convocação feita pelas centrais sindicais de uma Greve Geral contra a Reforma da Previdência no dia 14 de junho.
A orientação é que a partir de agora a mobilização comece a ser construída nas bases das mais diversas categorias para que no dia 14 de junho sejam paralisados todos os locais de trabalho, estudo, comércio, bancos e circulação de mercadorias.
Unidade histórica
O anúncio da Greve Geral foi o ponto alto do ato histórico realizado em São Paulo pelas dez centrais sindicais neste 1º de Maio. Foi a primeira vez que as entidades realizaram um ato conjunto no Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores.
A manifestação contou com a participação de trabalhadores de diversas categorias do estado, que chegaram em caravanas desde as 9 horas da manhã desta quarta-feira. Metalúrgicos, condutores, trabalhadores dos Correios, bancários, petroleiros, químicos, professores, servidores públicos, aposentados, trabalhadores sem-terra e sem-teto eram alguns dos segmentos presentes.
O repúdio e a denúncia da Reforma da Previdência e dos ataques do governo Bolsonaro marcaram as falas de representantes das centrais, movimentos e partidos políticos presentes.
“O Brasil irá parar em defesa do direito à aposentadoria. A única forma de barrar essa reforma é fazer o enfrentamento nas ruas. É greve geral”, destacou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
Segundo Miguel Torres, presidente da Força Sindical, o 1° de Maio deste ano representa um marco histórico. “Estamos defendendo o País e a greve geral será a continuidade desta luta”, disse.
Luiz Carlos Prates, o Mancha, falou em nome da CSP-Conlutas e iniciou lembrando que o 1º de Maio é um dia de luta da classe trabalhadora e destacou mobilizações, como a Greve Geral realizada no dia de ontem (30) pelos trabalhadores argentinos, a luta dos coletes amarelos na França ou ainda a mobilização dos metalúrgicos da Ford e dos metroviários de SP que lutam por empregos e direitos.
VÍDEO
“O governo Bolsonaro diz que o Brasil precisa da reforma da Previdência. Isso é a maior fake news. O país precisa que o governo cobre os devedores do INSS, pare de parar a Dívida Pública e entregar dinheiro para banqueiros. Eles querem acabar com a aposentadoria, com o futuro dos nossos filhos, para entregar dinheiro para os bancos. Por isso, afirmamos, não tem negociação com essa reforma. Precisamos ampliar nossa mobilização e derrotar essa reforma na íntegra”, disse.
Segundo Mancha, o dia de hoje foi um importante passo para a construção da Greve Geral, mas a tarefa é maior a partir de agora. Destacou que não pode haver recuo. “É preciso levar a construção da greve geral para as bases, para os sindicatos e movimentos sociais para organizar assembleias, coletar o abaixo-assinado contra a reforma, colocar em nossas mãos a construção dessa paralisação no dia 14 de junho para não haver recuos. Vamos repetir a greve de 28 de abril (de 2017) que não permitiu passar a reforma de Temer”, afirmou.
As mulheres, que são um dos segmentos mais afetados pela reforma da Previdência de Bolsonaro, estavam em peso na manifestação.
Faça um comentário