As entidades que compõem o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) realizaram um ato na semana passada (11/2) no Ministério da Economia, em Brasília e repudiaram às calúnias e ataques do ministro Paulo Guedes, que se referiu ao funcionalismo como “parasitas”, e deram início à Campanha Salarial da categoria, que terá de enfrentar a anunciada Reforma Administrativa (que será apresentada pelo governo Bolsonaro nos próximos dias e ataca duramente os servidores e serviços públicos).
Parasita é o governo de Bolsonaro!
A declaração de Guedes causou indignação e revolta. O ministro usa de “fake News” para fazer dos servidores públicos bodes expiatórios e facilitar a aprovação de sua reforma administrativa, que na prática irá piorar ainda mais os serviços públicos.
Diante da repercussão negativa da declaração feita a empresários na sexta-feira (7/2), Guedes se “desculpou”, mas suas “lágrimas de crocodilo” não enganam os trabalhadores.
Parasitas são banqueiros que usam Dívida Pública para enriquecer. São os latifundiários que destroem o meio ambiente e praticam o genocídio de indígenas. São os grandes empresários que exploram os trabalhadores e impõem medidas como a reforma Trabalhista que ataca direitos e aumentou o desemprego e a precarização. Parasita é o sistema capitalista.
Esses ataques ao funcionalismo tem a ver com a política do governo Bolsonaro de transformação em estado mínimo, cortando recursos da saúde, da educação e da moradia e transferindo-os para a iniciativa privada, empresários e banqueiros, todos ávidos por mais lucros.
Muito mais do que pelas justas reivindicações salariais e de condições de trabalho, a greve dos petroleiros luta contra a privatização, em defesa da Petrobrás e da soberania nacional. A luta é contra esse estado mínimo que Bolsonaro quer impor, que corta direitos e que está a serviço dos interesses do capital dos grandes grupos econômicos e financeiros
A luta contra a reforma administrativa, ou contra o desmonte do INSS é a mesma luta em defesa da Petrobrás!
Greve continua mesmo após ataque do TST e hoje (18/2) tem ato nacional no RJ
Os petroleiros decidiram manter a greve nacional da categoria, que completa 18 dias nesta terça-feira (18), e vão recorrer da decisão arbitrária do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que nesta segunda-feira declarou ilegal e abusiva a paralisação.
Segundo decisão do ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho a greve não pode permanecer nos moldes que está e autoriza que a Petrobras tome medidas administrativas.
A decisão é considerada pelas federações e sindicatos como absurda, uma vez que atenta abertamente contra o direito constitucional de greve. Decisão anterior do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TST já havia definido que os trabalhadores mantivessem 90% do efetivo trabalhando.
A Petrobras vem impondo um sistema de contingência, em que vem mantendo trabalhadores em condições precárias de trabalho, que ameaçam a vida dos trabalhadores, bem como a segurança das instalações da empresa e das comunidades existentes no entorno das unidades.
Em uma situação inédita, o Ministério Público do Trabalho de Santos pediu nesta segunda-feira (17) a imediata prisão do gerente geral da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) por cárcere privado dos petroleiros em greve por descumprir Habeas Corpus coletivo obtido pelo Sindipetro-LP, no dia 12 de fevereiro.
Na ocasião, a Justiça atendeu ao pleito do sindicato para a imediata libertação dos grevistas confinados na unidade por mais de 140 horas. O grupo de empregados entrou para trabalhar às 23 horas do último dia 6 e desde que a greve foi deflagrada no dia seguinte, 7 de fevereiro, não havia previsão de saída antes do habeas corpus ser expedido. Isso porque a direção da empresa se recusou, em todas as oportunidades, a negociar a redução das atividades da contingência com o Sindicato.
Greve cada vez mais forte, todo apoio a luta dos petroleiros!
O fato é que apesar de negar a paralisação e os efeitos sobre a produção de combustíveis no país, para esconder a mobilização petroleira, esta é uma das mais fortes da história da categoria no país. A greve completa 18 dias, com 21 mil trabalhadores mobilizados em mais de 120 unidades do Sistema Petrobrás.
Os petroleiros lutam contra as demissões na Fafen Araucária (PR), pelo cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho e por preço justo para os combustíveis e gás de cozinha. Na prática, a luta dos petroleiros é uma luta de todos os brasileiros, pois se trata de enfrentar o desmonte da empresa, com a possibilidade de fechamento de unidades e mais demissões, aumento da precarização das condições de trabalho e privatização.
Nesta terça-feira (18), uma grande marcha nacional em defesa do emprego, da Petrobrás e do Brasil será realizada no Rio de Janeiro, com a participação de caravanas de trabalhadores petroleiros e de outras categorias de vários estados. A concentração será a partir das 16h, em frente à sede da Petrobrás.
Esta decisão do TST é inconstitucional sob vários aspectos, seja legal, político e moral e visa derrotar a mobilização dos trabalhadores para deixar o caminho aberto para mais ataques e a privatização completa da empresa. A resposta que a categoria petroleira precisa dar é fortalecer ainda mais a greve para enfrentar a arbitrariedade do governo.
Toda unidade na luta com caminhoneiros e os trabalhadores nos correios
Apostar na unidade com a greve dos caminhoneiros e na unificação com outras categorias em luta, para impedir as demissões na Fafen, pelo cumprimento do acordo coletivo, pela redução do preço dos combustíveis e do gás de cozinha, contra a privatização.
Fortalecer a greve petroleira é lutar contra a privatização, por empregos e redução do preço dos combustíveis. É fortalecer a resistência contra o desmonte desta estatal estratégica para o país, que está na mira das privatizações do governo Bolsonaro.
Além disso, o caminho é unificar todas as lutas em curso, rumo à construção de uma Greve Geral que derrote o governo de Bolsonaro/Mourão/Guedes e barre todos os ataques aos trabalhadores.
Para avançar a luta contra Bolsonaro e barrar seus ataques é preciso construir uma Frente Única da classe trabalhadora, unificando as centrais, os sindicatos e organizações populares. Não há saída que não seja a luta e tem de ser agora. Não podemos esperar ou apostar no calendário eleitoral. Bolsonaro precisa ser derrotado nas ruas.
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