Os trabalhadores chilenos saem as ruas contra os planos de fome e miséria!

Piñera, tire o exército da rua! Punição aos assassinos dos manifestantes!

O governo Piñera decretou o estado de Emergência para toda a Região Metropolitana de Santiago. Esta é a resposta criminosa que este governo corrupto e empresarial deu à enorme raiva que explodiu nos últimos dias, especialmente nesse dia 18 de outubro, em que Santiago viveu um verdadeiro levante popular.

A gota d’água foi o aumento das passagens de micro-ônibus e Metrô. O metrô, que transporta diariamente quase 3 milhões de pessoas, esteve fechado desde sexta-feira (18), depois que 78 estações e trens sofreram ataques durante violentas manifestações de protesto contra o aumento. O balanço da revolta social é sem precedentes desde o fim da ditadura no Chile, em 1990. Liderados por estudantes, a revolta teve início a duas semanas atrás, e se tornaram mais intensos na sexta-feira.

Piñera reverteu a medida e declarou um estado de emergência. Essa onda de protestos deixou 11 mortos e 1.462 detidos.

A previdência – igual a que foi aprovada no Brasil – é uma das responsáveis!

Em décadas de governos que só enriqueceram os empresários, os trabalhadores chilenos assistiram as condições de vida endurecerem-se a níveis não vistos antes. O desemprego e a exploração cada vez mais brutal nos postos de trabalho. A miséria nos hospitais e escolas públicas. Os milhares que morreram esperando atendimento médico. A privatização dos serviços, da saúde e das escolas. Os velhos condenados à fome que os levam a suicidarem-se. Um sistema previdenciário que é um roubo; o dinheiro do povo é aproveitado pelos bancos e empresas para emprestá-los a você mesmo com altos juros, os lucros as AFPs (Administradora de Fundos de Pensão) e seus donos recebem, mas as perdas são assumidas pelos trabalhadores, que quando estiverem velhos, cansados e doentes receberão em troca misérias de pensões. O narcotráfico infiltrado na população. A perseguição aos mapuches. A contaminação e as zonas de sacrifício. E em contrapartida, um governo encabeçado por um ex-foragido da Justiça, o conluio dos empresários, o saque da água, as fraudes ao Fisco pelas Forças Armadas, a repressão dos Carabineros (polícia de choque chilena). Essas são os dois lados da moeda.

Chega! Basta de abusos! O Chile acordou!

A Central Sindical e Popular CSP-Conlutas e os sindicatos e movimentos abaixo assinados se solidarizam e apoiam a luta contra o estado de Emergência, contra os aumentos e a política de fome e miséria do governo Piñera. Todo apoio a Greve Nacional que aconteceu em 23 de outubro para botar para fora este governo empresarial e corrupto! Que o povo chileno siga os passos dos irmão equatorianos!

Fim ao Estado de Emergência! Fora milicos das ruas! Fora Piñera e Chadwick!
Liberdade para todos os presos políticos! Lutar é um direito!
Contra o aumento da passagem! Pela estatização da Transantiago e que o Metrô seja controlado por seus trabalhadores e usuários!
Congelamento dos preços, não mais aumentos! Aumento do salário mínimo
Redução da jornada de trabalho sem redução do salário para acabar com o desemprego!

Revoltas no Chile ganham força mesmo sob criminosa repressão e violência

O capitalismo considerado de relativa calma e estabilidade e o “estado estável e moderno do Chile” que tem como origem o regime ditatorial de Pinochet arde em chamas.

Até essa terça-feira (22), foram confirmados 15 mortos em decorrência da repressão militar contra os protestos, milhares de feridos e mais de 1500 detenções de manifestantes.

A motivação inicial para as mobilizações foi o anúncio, em 6 de outubro, do aumento de 30 pesos nas passagens dos transportes em horário de pico, equivalente a 4 centavos de dólar. Apesar de o gasto com transporte público representar boa parte do salário mínimo do trabalhador no Chile, o motivo para tamanho descontentamento da população é ainda mais abrangente e urgente.

O toque de recolher de Piñera, que inicialmente foi definido a partir das 22h, mudou para o período das 19h às 6h. A medida restringe liberdade de circulação, de reunião ou de protestos, e deixa a todos os civis em situação de grave vulnerabilidade sob a vigilância de mais de 9 mil militares espalhados pelas ruas.

Em panfletos distribuídos pelas ruas, uma mensagem destaca que “os chilenos não aguentam mais pagar para viver e viver para pagar”.

Violência e resistência – Segundo informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Direitos Humanos no país, os militares têm usado força desmedida nas detenções e têm ferido gravemente crianças e mulheres. São muitas, de acordo com a organização, as denúncias de tortura, espancamento e violações sexuais por parte das polícias e do exército.

O toque de recolher de Piñera, que inicialmente foi definido a partir das 22h, mudou para o período das 19h às 6h. A medida restringe liberdade de circulação, de reunião ou de protestos, e deixa a todos os civis em situação de grave vulnerabilidade sob a vigilância de mais de 9 mil militares espalhados pelas ruas.

Apesar disso, a população tem permanecido nas ruas, mesmo em período de circulação proibida. A estratégia tem sido realizar pequenos atos por todo o centro, obrigando a polícia a se deslocar sempre de um lugar para o outro.

Greve mineira – Os recentes protestos revelam que as reformas pró mercado que o governo de Piñera pretende implementar correm o risco de não se concretizarem. E os já existentes, como o modelo previdenciário da época de Pinochet, podem ruir diante da insatisfação popular.

Nesse marco de levante popular que toma o país, os trabalhadores mineiros da mina Escondida, cujo sindicato é o maior da mineração privada e responsável por produzir a maior mina do mundo por meio de uma poderosa transnacional do setor, decidiram paralisar as atividades e fazem um chamado para a realização de uma greve geral.

Em nota divulgada pelos trabalhadores mineiros, são listados os motivos que enfurecem o povo chileno, como a desigualdade gritante e a injustiça que sofrem os mais pobres no país, e destacam uma das maiores insatisfações da população: “Temos um sistema previdenciário que é um roubo; seu dinheiro é aproveitado pelos bancos e empresas para emprestá-los a você mesmo com altos juros, os lucros as AFPs (Administradora de Fundos de Pensão) e seus donos recebem, mas as perdas somos nós trabalhadores que assumimos, pois quando estivermos velhos, cansados e doentes receberemos misérias de pensões.”

Após ainda citar outros profundos problema no país, sob um governo que tem como prática a privatização de todos os serviços públicos como saúde e educação, por exemplo, os mineiros indicam que a saída para enfrentar e derrubar o atual sistema é organizar a mobilização dos trabalhadores e paralisar os meios de produção.

“Existe um único poder que ninguém pode nos tirar, que ninguém pode nos obrigar e que ninguém mais é capaz de se igualar, e este é o poder de produzir. Não se gera nenhum lucro, não se move uma única máquina e não se semeia ou colhe nenhum alimento se não for pelas mãos dos trabalhadores”, ressaltam.

Por fim, eles chamam a população “até que retirem as forças militares e opressoras das ruas e até que as autoridades do governo estejam disponíveis a sentar-se a dialogar de igual a igual com este povo que clama e luta por igualdade, justiça, oportunidades, trabalho e uma vida digna para o nosso povo”.

Os trabalhadores do Sindicato de Estivadores Portuários de Valparaíso também divulgaram comunicado expressando total repúdio às medidas decretadas por Piñera e apoio aos protestos. A categoria deve decidir em assembleia se os trabalhadores integrarão ao chamado pela greve geral nacional.

Apoio internacional – A CSP-Conlutas apoia o povo chileno que permanece nas ruas por direitos e contra o governo neoliberal de Sebastián Piñera. Ainda repudia a violência criminosa praticada pelo governo e seu exército militar e qualquer movimento saudosista ao regime ditatorial de Pinochet. Confira MOÇÃO AQUI.

Estamos lado a lado da população em luta e dos mineiros mobilizados que convocam greve geral no país.

Nesta quarta-feira (23), a CSP-Conlutas organiza ato em solidariedade aos trabalhadores, mapuches e lutadores chilenos em frente ao consulado do Chile em São Paulo [Av. Paulista, 1009], a partir das 17h.

Todo apoio ao povo chileno em luta!

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