Centrais Sindicais convocam Dia Nacional de Luta em 19/2 contra a Reforma da Previdência
As centrais sindicais CUT, Força Sindical, CSB, CTB, Nova Central, UGT e Intersindical reuniram-se nesta quarta-feira (31) e aprovaram a realização de uma Jornada Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência.
Em nota divulgada após a reunião, as centrais repudiam a campanha enganosa do governo Temer para aprovar a Reforma e orientam suas bases a entrarem em estado de alerta e mobilização nacional desde já, com a realização de assembleias, plenárias regionais e estaduais, panfletagens, blitz nos aeroportos, pressão nas bases dos parlamentares e reforçar a pressão no Congresso Nacional. Foi definido que o dia 19 de fevereiro será um Dia Nacional de Luta.
A CSP-Conlutas não foi convidada para a reunião desta quarta-feira, repetindo um boicote por parte destas centrais à nossa participação, o que, infelizmente, já ocorreu outras vezes.
Entretanto, consideramos importante a decisão tomada de definir uma jornada de lutas contra a reforma, o que corretamente reafirma o que já havia sido aprovado na reunião realizada em dezembro com todas as centrais.
A CSP-Conlutas defende que mais do que um dia nacional de luta é preciso construir uma nova Greve Geral no país, única forma de derrotar de vez os ataques do governo. Mas, desde já, colocaremos todas as nossas forças para garantir a unidade e realizar um grande dia nacional de mobilizações no próximo dia 19/2.
A REFORMA DO MERCADO CONTRA OS TRABALHADORES
De todo o pacote de maldades impostas pelo corrupto desgoverno de Michel Temer, a reforma da previdência sempre pareceu a mais difícil de ser concretizada. A rejeição popular sempre foi enorme e o governo não conta com o mesmo apoio do congresso como em votações anteriores.
Diante das dificuldades, foram feitas algumas mudanças no texto, mas nada a ponto de alterar a essência devastadora da proposta de alteração dos direitos previdenciários.
E, preocupado com a ameaça do PSDB abandonar a barca furada governista, Temer convidou o senador corrupto Aécio Neves para fazer a articulação e conseguir mais votos a favor da reforma. Não havia nome mais adequado para comandar este ataque aos aposentados. Afinal, se mudar o texto não é o bastante, necessário então adotar uma estratégia de “compra de deputados” através do pagamento através da liberação das emendas dos parlamentares que se comprometerem a votar a favor das mudanças. É o dinheiro do povo gasto em obras inúteis em um momento de crise e desemprego para comprar votos de deputados a favor da Reforma da Previdência contra o próprio povo!
Propaganda mentirosa é parte da estratégia!
Mas a melhor estratégia encontrada pelo governo até aqui foi gastar fortunas em campanhas publicitárias mentirosas e terroristas sobre os benefícios e vantagens da Reforma.
Mente porque afirma que quer combater privilégios, quando na verdade os únicos prejudicados são os trabalhadores.
Mente porque afirma que a previdência está quebrada, em uma campanha terrorista e chantagista – “ou Reforma ou caos” – quando na verdade a intenção da reforma é mais uma jogada contábil para transferir mais dinheiro para banqueiros e empresários.
Mente porque mantém privilégios ao não cobrar as grandes empresas devedoras de fortunas ao INSS.
…E quem paga somos nós!
E, claro, propaganda mentirosa contra o povo e paga com dinheiro do povo! Só no primeiro semestre de 2017, torrou aproximadamente R$100 milhões em publicidade para tentar torná-la palatável.
Está funcionando. Segundo pesquisa do DataPoder360, a rejeição popular à reforma vem caindo. Em abril, 66% dos pesquisados eram contra. Em novembro, a porcentagem caiu para 51%, enquanto a aprovação subiu de 24% para 32%. Temer então decidiu continuar investindo alto.
No final de 2017, deputados e senadores autorizaram o governo a gastar mais R$99 milhões em publicidade pró- reforma.
Querem nos fazer acreditar que a única alternativa além da reforma é a barbárie.
Além da propaganda oficial, os grandes veículos de comunicação também não cansam de nos informar sobre o tamanho do rombo e a urgência da reforma. O discurso é único, com pouquíssimo espaço para opiniões divergentes. Querem nos fazer acreditar que a única alternativa além da reforma é a barbárie.
Maria Lucia Fattorelli, Coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, esclarece de forma muito simples e direta:
Veja vídeo completo da entrevista de Fattorelli clicando aqui.
Em abril, uma CPI da Previdência foi criada no Senado para investigar as contas da Previdência Social. Ela foi assinada por senadores de todos os partidos, inclusive do PMDB, apesar da pressão do governo. O relatório final da comissão, aprovado por unanimidade, concluiu que não existe déficit na previdência. O que existe é uma má gestão dos recursos e uma enorme negligência na cobrança dos devedores, que deixam de pagar para depois recorrer ao Refis. Empresas privadas devem R$450 bilhões e nem se preocupam em pagar porque sabem que não serão incomodadas pelo governo. Só a JBS deve mais de R$1.8 bilhão para a previdência.
A conclusão da CPI não chega a ser uma novidade, mas um fato chama a atenção: até mesmo os integrantes da bancada governista concordam não haver rombo na previdência brasileira. É um dado relevante, mas pouco se falou a respeito. Diferente do que ocorre com a maioria das CPIs, que sempre estiveram sob holofotes, a da Previdência não recebeu praticamente nenhuma cobertura da mídia, o que talvez se explique pelo fato de que grandes anunciantes sejam também grandes devedores. Os bancos, claro, são os que mais devem.
Os milhões gastos em publicidade são para escamotear essa realidade e empurrar para o trabalhador uma conta que não é dele.
A agenda pública do homem por trás da reforma, o secretário da Previdência Social Marcelo Caetano, mostra quais interesses o governo pretende atender. Foram diversos encontros com representantes de instituições financeiras, que são grandes interessados em vender planos de previdência privada.
Bancos como Bradesco, Itaú e Santander, devedores milionários da previdência (só o Bradesco deve quase meio bilhão), mantêm encontros frequentes com o secretário.
Houve até uma reunião com o MBL, mas não há registro de nenhuma com entidades representativas dos trabalhadores (exceto uma com a UGT, a central sindical amiga de Temer). A desfaçatez é tanta que, até ser denunciado em março deste ano, Caetano acumulava as funções de secretário da Previdência e conselheiro da BrasilPrev – uma das maiores empresas de previdência privada do Brasil.
Agências de classificação de risco internacionais seguem o discurso hegemônico terrorista e chantagista pró-reforma da mídia brasileira. A Standard & Poor’s chegou a emitir um alerta ameaçando rebaixar a nota do Brasil caso a reforma seja adiada.
O objetivo da reforma não é salvar o país da crise, mas atender aos interesses do mercado financeiro. A conta da má gestão desses recursos públicos será empurrada para o trabalhador, enquanto os grandes devedores, que foram perdoados por todos os governos, continuarão sendo preservados. Os bancos ainda serão agraciados com o abocanhamento do mercado da previdência privada que irá bombar após a reforma.
É isso o que está em jogo.
Os milhões gastos em publicidade são para escamotear essa realidade e empurrar para o trabalhador uma conta que não é dele. Um presidente corrupto e representante do capital financeiro está gastando o nosso dinheiro em propaganda para nos convencer de que a única saída para a crise é o esquartejamento dos nossos direitos previdenciários.
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Não à Reforma da Previdência!
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Se colocar para votar, o Brasil vai parar!
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Greve Geral neles!
Leia mais sobre a questão da Reforma da Previdência em outras matéria publicadas aqui mesmo no site da Assipen:
https://assipen.org.br/a-luta-contra-a-reforma-da-previdencia-continua-e-possivel-vencer/
https://assipen.org.br/temer-mentiras-e-mais-mentiras-sobre-a-reforma-da-previdencia-chega/
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