Sindsef-SP e Assipen organizaram debate sobre o futuro do IPEN diante dos constantes ataques ao funcionalismo
Diante da divulgação do Plano de Orientações Estratégicas 2019-2022, da Comissão Nacional Energia Nuclear (CNEN) – Portaria nº 21 -, que prevê diretrizes e estratégias, que impactam fortemente nas atribuições do IPEN e apontam mudanças profundas no que se refere à política nuclear brasileira, servidores do IPEN realizaram uma importante reunião com o objetivo de debater sobre as perspectivas para o Instituto no atual cenário.
O tema é extremamente necessário, pois o IPEN também está iniciando à discussão de seu Plano Plurianual, onde definirá suas próprias diretrizes e metas para os próximos anos. Apesar do instituto ser o principal produtor de radiofármacos da CNEN, seus servidores foram excluídos da discussão que optou pela privatização total da produção.
A reunião, realizada em 27/08, contou com a participação de dezenas de servidores, entre assistentes, analistas, tecnologistas e pesquisadores, dos diferentes setores. O convite foi atendido tanto por aqueles que estão no IPEN há mais tempo, como os que ingressaram recentemente, demostrando preocupação e vontade de construir ferramentas de defesa do órgão.
Mas qual será a melhor forma de organizar esta reação, visando potencializar o desenvolvimento dos trabalhos, em um período de enxugamento do quadro de servidores e de redução das verbas para as atividades?
Para esta questão, que não é simples, há diferentes opiniões e ponderações. Para qualificar, ainda mais, o debate, foi definida uma comissão que pesquisará experiências de instituições similares ao IPEN, inclusive do exterior. A ideia é usar as informações apuradas, sistematizar as contribuições iniciais e apresentar na próxima reunião, prevista para 12/09, às 13h30, no Bloco A, sala 7. Os servidores do Ipen, que queiram contribuir com essa comissão, devem entrar em contato com a ASSIPEN.
Na ocasião também foram compartilhados informes sobre a última rodada de negociações, com a participação do Ministro do MCTIC, Marcos Pontes. O encontro, em Brasília, não resultou em avanço nas negociações e reforçou o entendimento que o governo prepara mais ataques ao funcionalismo e aos serviços públicos.
Próximos temas de debate
– Quais as possibilidades e alternativas para, ao menos, reduzirmos os prejuízos relacionados à falta de recomposição do nosso quadro de servidores?
– E o Reator Multiprósito Brasileiro – RMB? Qual é e qual será o papel do IPEN neste importante empreendimento?
– Qual é a relação do IPEN com a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/ IPEN? O modelo atual é o mais adequado para os interesses públicos e da Instituição?
– Qual o futuro da produção de radiofármacos? A CNEN se definiu pela privatização total da produção!!! Está correto? Esta é a posição que defendemos? Esta é a melhor opção para a população brasileira?
– E a gestão do IPEN? Está a contento? É inclusiva e democrática? O modelo de definição das gerências é o mais adequado?
Palestra sobre a Reforma da Previdência
O Sindsef-SP e a Assipen convidaram o advogado César Lignelli para retornar ao IPEN e comentar as alterações no texto da Proposta Emenda Constitucional (PEC 06) que foi encaminhado para o Senado. O objetivo da palestra foi elucidar dúvidas após as mudanças no texto original.
O advogado buscou mostrar que o projeto continua significando um profundo ataque aos trabalhadores, pois essa proposta de nova previdência modifica as regras de concessão da aposentadoria tanto do Regime Próprio, quanto do Regime Geral e da Assistência Social.
Com as mudanças o trabalhador vai ser forçado a contribuir por mais tempo, em percentuais mais altos, para no final ter direito a receber menos. Ou seja, a ideia geral de tirar direito do trabalhador para economizar se mantém.
César também argumentou que único interesse de Paulo Guedes com a proposta da PEC é a capitalização. O objetivo é aumentar a venda de previdência privada, tanto que, apesar da capitalização ter sido excluída no texto aprovado pelos deputados, os senadores avaliam a possibilidade de criar uma PEC Paralela para incluir o sistema de capitalização.
Faça um comentário